Juntos, nos sentamos na soleira da porta.
Eu, feito menino, me contentava em contar as estrelas.
O menino, feito homem grande, me assustava com difíceis interrogatórios.
De vez em quando ríamos os dois das coisas ditas sem graça.
Ele me olhava com expressão de dúvidas e envergonhadamente perguntou minha idade.
Fiz que não ouvi. Ele insistia em contar minhas rugas para tentar adivinhar o tempo que eu tinha.
Fiquei triste e com pena do meu menino.
Respondi. Firme e forte: Tenho 73 setembros.
Vividos e bem vividos.
Nossa como o senhor já é velhinho.....
Dei uma gargalhada meio sonora e respondi:
Não sou velho meu menino, você é que não cresceu ainda.
Me dá a mão e vamos brincar de pega-pega.
Quem pegar primeiro, ganha um beijo
Mas, antes, vem, me abraça com a leveza do teu sorriso.
(CLAUDIO CORREIA, 02.05.17. ESTE PRIMEIRO POEMA DE MAIO, MANDO PRA VOCÈ MARCELO GONÇALVES CORREIA).